terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Não quero desculpa, quero RESULTADO!

Lidar com as próprias fraquezas não é agradável para ninguém. Mas, ao assumirmos a responsabilidade das situações, ganhamos o poder de modificá-las

Armando Correa de Siqueira Neto*
A frase "não quero desculpa, quero resultado" é um pedido em alguns casos e, em outros, ela é uma exigência, com implicações desastrosas para quem as recebe, principalmente se vem daquele que detém poder e controle sobre os colaboradores de uma companhia. Nos vários departamentos organizacionais este tipo de situação causa impacto no ser humano, haja vista o medo que se instala por conta de arriscar o emprego, fonte de sustento e vaidade.
A influência do ambiente
O modelo de liderança é determinante para cada caso em que os resultados não chegam e as cobranças da cúpula aparecem ávidas por respostas. Há líderes que focalizam mais as pessoas e perdem de vista os resultados e, por outro lado, existem aqueles que obtêm o que querem a qualquer custo, além dos que oscilam entre um estilo e outro. Todavia, uma coisa é certa, manter a roda dos negócios funcionando é uma questão de vida ou morte. E, além da sobrevivência, figura neste cenário uma condição tipicamente humana: a busca por êxito naquilo que se faz. Via de regra, as pessoas desejam obter sucesso no que empreendem.
Uns querem mais vitórias do que outros, porém, acertar é um anseio generalizado. É frustrante quando o investimento vai mal. O moral cai e o desânimo pode contaminar o ambiente. Às vezes é inevitável perder e saber se recuperar através do aperfeiçoamento, resultante de novas investidas em apoio emocional, treinamento, persistência e sobretudo força de vontade. Ocorre que, se tem em mente uma cobrança expressa por: "não quero desculpa, quero resultado", é o fato de ser emitida por terceiros, como se servisse apenas para cobrar e apontar a ineficiência de quem a recebe. Raramente ela é considerada por vias da primeira pessoa.
Ou seja, de si para consigo mesmo. Qual será a importância desta frase, feita e dirigida a mim mesmo, quando eu percebo que os negócios não vão bem? Por que eu me recuso ao autoquestionamento, na tentativa de encontrar as possíveis barreiras existentes internamente? Por que tento me esconder atrás da figura do chefe bravo e tinhoso em vez de encarar as minhas próprias deficiências, desejando trocá-las por competências?
Por que tento me esconder atrás da figura do chefe bravo e tinhoso em vez de encarar minhas próprias deficiências?
A responsabilidade de cada um
Embora existam chefes com este perfil desagradável, só eu posso modificar as coisas em mim e ninguém mais, apesar da ajuda que obtemos dos outros. Nos acostumamos a encontrar desculpas de toda ordem para não entrar em contato com as nossas fraquezas. Não obstante, as mantemos na mesma condição, dificultando o acesso ao desenvolvimento a que todos têm direito. Nestes momentos de fuga, jogamos contra nós mesmos, ao impedir o contato com aquilo que precisamos transformar.
No íntimo, o orgulho é ferido e a auto-estima cai, causando sensações de impotência e fracasso. Quem perde, especialmente, é a gente mesmo. É tempo de cobrar de si próprio, de forma clara e compromissada: "não quero desculpa, quero resultado!". Afinal, nós mesmos seremos recompensados por este questionamento e a decorrente atitude. Até para esta fundamental mudança de comportamento, não crie desculpa, gere resultado.
*Armando Correa de Siqueira Neto é psicólogo, consultor, professor e mestre em Liderança pela UNisa Business School. Co-autor dos livros Gigantes da Motivação, Gigantes da Liderança e Educação

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